Dermatologia Clínica

A dermatoscopia é um exame que permite a avaliação detalhada de pintas e lesões da pele, com o objetivo de obter um diagnóstico mais preciso. Trata-se de um aparelho que amplia a lesão em 10 vezes, permitindo a visualização de estruturas não visíveis a olho nu, e aumentando o diagnóstico precoce do câncer de pele.

Exame que permite a avaliação e acompanhamento de pintas e sinais, através de um aparelho chamado Fotofinder.  São obtidas fotografias de todo o corpo do paciente, além de fotografias da dermatoscopia digital dos nevos com um aumento de até 70 vezes, o que permite identificar pequenas mudanças ou surgimento de novas lesões suspeitas, e assim fazer um diagnóstico precoce de câncer de pele, além de impedir excisões desnecessárias.

Esse exame é indicado para pessoas com risco aumentado de câncer de pele, ou seja, aquelas que apresentam muitas pintas, história pessoal ou familiar de melanoma, síndrome do nevo atípico, pele muito clara e que foi muito exposta ao sol.

O melasma é uma condição caracterizada pelo surgimento de manchas castanho escuras na pele, e afeta com maior frequência as mulheres pele morena.

O melasma é considerado uma condição multifatorial, e não há uma causa definida.  A exposição solar é o principal fator desencadeante, tanto à radiação ultravioleta (UVA e UVB), quanto à luz visível. Além disso, outros fatores envolvidos são a gravidez, o uso de anticoncepcionais, reposição hormonal, predisposição genética, miscigenação racial, uso de alguns medicamentos, como antidepressivos, anticonvulsivantes e drogas fototóxicas, uso de cosméticos e fragrâncias irritativos, o stress e distúrbios da tireóide.

Até o momento, não existe a cura definitiva para o melasma. Entretanto, existem diversos tratamentos capazes de amenizar e clarear as manchas, além de prevenir que novas apareçam.

O tratamento inclui o uso de filtros solares físicos e químicos, clareadores tópicos e antioxidantes orais, que devem ser escolhidos de acordo com as características individuais da pele do paciente. Além disso, existem diversos procedimentos que podem ser indicados, como os peelings químicos, lasers de baixa energia, como o Spectra e MMP ou microagulhamento com drug delivery.

O ideal é que sempre seja realizado tratamento combinado e individualizado, com acompanhamento médico.

A rosácea é uma doença inflamatória crônica da pele semelhante à acne, que acomete principalmente mulheres entre 30 e 50 anos.

A causa não está bem definida, mas está relacionada à tendência genética; à sensibilidade cutânea, tanto a produtos quanto a fatores externos, como estresse, alimentação, álcool, cigarro, sol, frio ou calor; e à reação exagerada do sistema imune a microorganismos, como o Demodex foliculorum.

Na rosácea grau I ocorre vermelhidão e calor, principalmente na região central da face, devido à presença de pequenos vasos sanguíneos dilatados (telangiectasias). Com a progressão da doença ocorre inflamação da pele (rosácea grau II), as lesões ficam avermelhadas e elevadas (pápulas) e podem surgir pontos amarelos (pústulas). Existem ainda outras formas menos comuns de rosácea, a grau III, ou fimatosa (em que a pele fica espessada e endurecida, principalmente no nariz), e a rosácea ocular (grau IV).

O tratamento visa controlar os sintomas com uso de produtos calmantes, fotoproteção, inibidores da vasodilatação e medicamentos que controlem a inflamação, como antibióticos e até mesmo a isotretinoína. Além disso, a base do tratamento é a eliminação das telangectasias que causam a reatividade da pele. A luz pulsada e o laser NdYag são excelentes para essa finalidade, melhorando os sintomas e evitando a progressão da rosácea.

A acne é uma das queixas mais comuns nos consultórios de dermatologia. Ocorre por obstrução dos folículos pilosos por sebo e células mortas, aumento da colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes e inflamação com formação de pústulas, nódulos e cistos. Acomete aproximadamente de 80% a 90% da população jovem brasileira entre 13 e 18 anos, e pode acometer também adultos.

Se não tratada corretamente, a acne pode evoluir com formação de manchas e cicatrizes inestéticas. O tratamento depende da gravidade, e deve ser realizada terapia combinada com medicamentos tópicos e orais, e procedimentos estéticos como limpeza de pele, peelings e laser.

Após o controle da acne, o tratamento das cicatrizes deve ser individualizado de acordo com o tipo de cicatriz, e na maioria das vezes deve-se combinar mais de um tipo de tratamento. As melhores opções terapêuticas são laser de CO2 fracionado, microagulhamento, subcisão (procedimento cirúrgico que rompe as traves fibróticas), peelings, scultra e preenchimento com ácido hialurônico. A combinação dos tratamentos propicia excelentes resultados, com elevação das áreas deprimidas e melhora da textura da pele.

As olheiras são uma queixa comum no consultório dermatológico e podem ser causadas por vários fatores. O exame clínico é fundamental para identificar a causa e observa-se que na maioria das vezes a mesma pessoa apresenta associação de mais de um fator.

As olheiras pigmentares são acastanhadas, pelo excesso de pigmento de melanina, e podem ser tratadas com peelings, lasers e medicamentos de uso tópico.

As olheiras vasculares são aquelas arroxeadas, causadas pela visualização dos vasos através da pele fina da região. A melhor forma de tratamento são os lasers.

As olheiras profundas são causadas pelo aprofundamento do sulco abaixo dos olhos, formando uma sombra na região. O melhor tratamento é o preenchimento com ácido hialurônico.

Já as olheiras por bolsas infra-palpebrais podem ser causadas por perda de sustentação, flacidez ou excesso de gordura na região, podendo ser tratadas com lasers ablativos, MDcodes ou até mesmo cirurgia.

Por isso, o tratamento deve ser individualizado e o tratamento combinado é a melhor opção.

Um dos sinais mais comuns do envelhecimento é a flacidez, que ocorre pela perda de colágeno ao longo dos anos. Além disso, fatores como o excesso de sol, obesidade, emagrecimento rápido e gestação podem piorar a flacidez da pele.

Atualmente existem diversos procedimentos para prevenir e tratar a flacidez facial e corporal, estimulando a produção de colágeno. Podem ser usados o ácido polilático, a hidroxiapatita de cálcio, o MDCodes e até mesmo o botox na região do pescoço, além de aparelhos para tratamento de gordura localizada e flacidez, como a radiofrequência (Legacy).

As estrias são linhas atróficas que aparecem por ruptura das fibras elásticas causadas por distensão rápida da pele (crescimento e ganho de peso rápidos, gestação, hipertrofia muscular intensa, cirurgia com colocação de próteses), por predisposição genética, fatores hormonais, retenção hídrica, alterações circulatórias e uso de medicamentos.

O tratamento tem como objetivo melhorar o aspecto das estrias por meio do estímulo do colágeno. As estrias recentes (estrias vermelhas) têm melhor resposta ao tratamento, chegando a até 90% de melhora em alguns casos. As mais antigas (estrias brancas) podem melhorar entre 30 a 70%. Por isso, o tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível.

Podem ser usados o laser de CO2 fracionado, microagulhamento com drug delivery de substâncias que estimulam a produção de colágeno (MMP) e peelings, além de alguns produtos e ácidos de uso domiciliar. A terapia combinada pode ser mais eficaz.

Cicatrizes inestéticas podem ser tratadas com diferentes procedimentos dependendo das suas características individuais, por isso devem ser avaliadas para que seja planejado o melhor tratamento. Podem ser usados lasers, peelings, infiltração de medicamentos, MMP ou até mesmo cirurgia. Em alguns casos, os tratamentos devem ser combinados.

Os furos de orelha alargados ou rasgados pelo uso de brincos podem ser tratados através da aplicação de ácidos concentrados ou de uma pequena cirurgia. Além disso, quando o lóbulo da orelha se encontra flácido ou “murcho”, pode ser realizado um preenchimento com ácido hialurônico para devolver o volume e melhorar a sustentação na região.

A eletrocauterização é indicada para retirada de pequenas lesões benignas da pele, como ceratoses seborreicas, acrocórdons e angiomas rubis. É realizada através de um aparelho que usa a corrente elétrica para “queimar” as lesões.  É um procedimento rápido e seguro, muito utilizado na prática dermatológica.